terça-feira, 15 de dezembro de 2009

UM POST FORA DE FOCO

Só pra terminar um pensamento sobre o último post.
Dia desses entrei em uma loja de instrumentos para comprar um encordoamento de violão. Vi um teclado (instrumento que eu tocava nas bandas), olhei pra ele, ele olhou pra mim, deu uma saudadeeeee. Cortou o peito. Não resisti, fui até ele, liguei e toquei alguma coisa. Algumas pessoas pararam para ouvir, fizeram alguns comentários e pronto.
Na verdade a saudade que deu não foi de tocar teclado. Porque isso se resolve fácil. Compra um teclado, leva para casa e toca. Mas não era disso que me deu saudade. A saudade foi de tocar, de viajar, de fazer shows, de conviver com os amigos de banda. Olhar para aquele teclado me fez reviver 14 anos de banda em alguns segundos. Foi uma nostalgia pura. Passou um filme na minha cabeça... Suspirei fundo, e segui em frente... São lembranças...
Título: Bob a la Beatles

Esse click foi inesperado. Marília, sábado, 28 de novembro de 2009, estava eu por ali no centro da cidade, aguardando meu tio, resolvi me posicionar para capturar algumas imagens, e o que vejo: um cara de dreadlock, estilo Bob Marley, atravessando a rua. Na hora me veio na cabeça a celebre foto dos Beatles atravessando Abbey Road, como se Bob Marley quisesse ser Beatles. Corri, me posicionei e capturei! Ali estava eternizada a imagem de Bob se passando pelos meninos de Liverpool.
E na reflexão que veio a seguir refleti em quantas vezes a gente quer ser uma coisa ao invés de ser outra. Nos passamos por isso, por aquilo, usamos máscaras sociais. Vivemos personagens no trabalho, em casa, na casa da namorada. Vamos mudando nosso jeito, nosso tom de voz, nossa maneira.
Na verdade esse pensamento é do Fernando Anitelli (O Teatro Mágico), e essa foto me fez pensar nisso, o quanto somos uma coisa, e parecemos ser outra.
E na seqüência, ligando os fatos, há uma teia musical nisso. Bob Marley, Beatles, O Teatro Mágico, todos são músicos, existe música nesse post, existe música nessa foto, existe música em mim... (ainda)...
E conectando as coisas, o fato de querermos ser uma coisa e sermos outra e música, me pego no meio disso tudo. Já quis deixar de ser músico, de tocar, de participar de algo que tenha música, mas não adianta, a música sempre volta para minha vida.
Eu havia parado de tocar. Carreira encerrada. Mas o violão sempre esteve comigo, companheiro de quarto nas madrugadas de “solidão”, ou nas tardes de domingo no sofá da sala. Quatorze anos de banda, estúdios, palcos não se apagam de um dia pra outro. A música faz parte da minha vida e nada apaga.
E quando eu pensei que havia encerrado, hoje me vejo como diretor/coordenador do coral do Centro Espírita Allan Kardec. Ensaiando forte com o grupo, preparando repertório, me dedicando não só ao coral adulto, mas também as crianças, em meio a cifras, partituras, notas, acordes e arranjos. Super motivado para fazer isso com 100% de doação e dedicação.
Ligando esse fato com a foto eu diria que não adianta que querer me passar por uma coisa que não sou. Não sou ex-músico (como às vezes digo que sou), EU SOU MÚSICO SIMMMMM, na ativa, tocando, fazendo show, me apresentando, e morrendo de orgulho de mim mesmo.
Coloquei uma foto no meu Orkut para quem tiver cadastro no site e quiser conferir meu trabalho a frente do coral (lembrando que precisa me adicionar como amigo para ver a foto). O link é:
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=12895927484093760105&pid=1260922533834&aid=1$pid=1260922533834

Detalhes da foto:
Abertura 5,7 – Foco 55mm – ISSO 1600 – Abertura de diafragma 1/2500